terça-feira, 28 de maio de 2013

O corpo sem dono

O problema é que este movimento está criando uma divisão na sociedade entre os que são contra e a favor de certas práticas; gostam, ou não de certas coisas; vestem certas roupas, ou outras; comem e bebem estas coisas, ou aquelas outras; cantam assim, ou assado; vão a certos lugares, ou alhures. 

E a despeito do valor e das escolhas do que se pratique, goste, vista, coma, beba, cante ou se vá... Nada destas coisas são Cristo. 

E, assim sendo, o que deveria ser o corpo de Cristo, instrumento da Sua vontade, da Sua justiça, das Suas prioridades, etc. é outra coisa, muitas vezes,  envergonhando a Cristo.

O que devia ser luz para todos, são trevas.
O que devia ser sal, a dar sabor e sentido, se perde na forma e nunca chega aos fins.
E quem deveria ter fome e sede de justiça, come e bebe para sua própria jactância e deixa o oprimido à mingua.
E o que deveria servir, quer ser servido. 
E o que deveria apascentar, escalpela.
E quem deveria ser o socorro dos pequeninos é o primeiro a lhes humilhar.

Nos perdemos em nossas próprias divisões e travamos a nossa própria luta em nome de Quem não somos mais.

Queremos mostrar que somos muitos, marchar diante dos outros, mostrar o nosso poder e nem percebemos que desfilamos, tão somente, a nossa grotesca irrelevância.

Se o povo não nos recebe com palmas, nem nos perguntamos o porquê. Tratamos logo de conseguir que a Vênus Platinada se dê em elogios a nossa orgulhosa parada.
Perdemos a nossa identidade, que não é e nunca foi a NOSSA, morta na Cruz de Cristo para ser um corpo sem dono, que não é nem mais nosso e nem Dele. Não somos mais nada.

Fomos chamados a ser bem-aventurados (Mateus 5). 

E quem pensa fazer parte do corpo, que confira ali (Mateus 5), no bem-dito do Mestre, se vive no Corpo ou apodrece em si mesmo.




Danilo Fernandes, 26 de maio de 2013

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